quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ai Flores, Ai Flores do Verde" e Dom Dinis "O que vos nunca cuidei a dizer" (Cantiga de Amor)

Letra  e texto dados pelo canal que postou o vídeo no Youtube Marcos Celeiro:
Uploaded on Feb 2, 2011
"Ai flores, ai flores do verde pinho,
se sabedes novas do meu amigo?
Ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo?
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do qui mi há jurado?
Ai Deus, e u é?

Vós me perguntardes polo voss'amigo,
e eu bem vos digo que é sã'e vivo.
Ai Deus, e u é?

Vós me perguntardes polo voss'amado,
e eu bem vos digo que é viv'e são.
Ai Deus, e u é?

E eu bem vos digo que é sã'e vivo
e seera vosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?

E eu bem vos digo que é viv' e são
e seera vosc'ant'o prazo passado
Ai Deus, e u é?"


Dom Denis [El-rei ~] [= Tav 25]

"Biografia. Dom Denis foi rei de Portugal durante quase meio século: desde o falecimento de seu pai o rei Afonso III em 1279 até a sua morte em 1325. Nascera em 1261, de modo que começou a reinar com apenas 18 anos. Era filho de Afonso III o Bolonhês e de Beatriz de Guillén (esta, filha ilegítima do rei Afonso X o Sábio). Casou com Isabel de Aragão (depois canonizada pela Igreja como santa e agora conhecida como Santa Isabel de Portugal, cuja festa se celebra no 4 de Julho), filha do rei Pedro III de Aragão e de Constança Stauffen (que por sua vez era neta do rei Frederico II da Sicília).

O reinado de Dom Denis foi importante em vários campos da cultura (fundação da Universidade) e da literatura (promoção da prosa documental e histórica e das traduções); com respeito à poesia trovadoresca o seu papel foi decisivo, não só como autor mas também, e sobretudo, como impulsor.

Como autor é o mais fecundo de todos os nossos trovadores, com um total de 137 composições, segundo a recolha de cantigas que nos foi conservada. Esse primeiro posto corresponde-lhe com certeza se nos referirmos apenas à poesia profana, mas talvez devamos mantê-lo mesmo se fizermos entrar no cômputo as cantigas religiosas, visto que, apesar de que se atribuem de modo genérico à iniciativa do seu avô o rei Afonso X o Sábio, é difícil determinar em que medida foi efetiva a autoria pessoal deste rei na maioria das composições.

Como protetor e impulsor do movimento trovadoresco Dom Denis foi figura determinante no meio século aproximado que durou o seu reinado. As suas relações de parentesco com cortes reais que mantinham uma tradição de apoio à cultura trovadoresca (Leão e Castela, Aragão, Sicília, e especialmente a própria corte paterna) explica bem que, da maneira mais natural, prosseguindo a ação do pai, a corte do rei Dom Denis viesse a converter-se no mais importante centro de atividade trovadoresca depois da morte, em 1284, de Afonso X. Dom Denis deu acolhida a um grande número de trovadores, e da sua própria descendência saíram dois: os seus filhos bastardos Dom Afonso Sanches e Dom Pedro, conde de Barcelos. Com razão um dos últimos trovadores, Joám, "jograr, morador em Leom", lamentava a morte de Dom Denis num pranto (cant. 1119, «Os namorados que trovam d' amor»), provavelmente escrito tempo depois, em que lembra com saudade o seu estímulo aos trovadores e a sua generosidade com os jograis, e liga o seu falecimento com a posterior decadência do nosso trovadorismo.

Dom Denis faleceu em 7 de Janeiro de 1325, à idade de 64 anos.

Na língua ctual a forma que assume comummente o seu nome é Dinis (com -i- na sílaba inicial, átona), mas nos manuscritos trovadorescos (onde ocorre mais de 30 vezes) usa-se de maneira constante Denis (com -e- na sílaba átona: "el-rei Dom Denis"); e esta forma (que é também a habitual nos documentos da sua chancelaria) é a que se conserva habitualmente no âmbito do estudos trovadorescos como nome do rei, embora nas Cantigas de Santa Maria se documente também repetidamente a forma Dinis como nome do santo ("Sam Dinis") à par de Denis ("Sam Denis").

Obra poética: 137 cantigas (cc. 495-569 [amor], 570-621 [amigo], 1552-1561 [escárnio])

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A voz é da cantora galega Helena de Alfonso, e esta canção foi publicada no primeiro disco do grupo «Barahunda» em 2002 , grupo formado na altura por Helena De Alfonso, Manuel Carro, MIguel Casado, Jota Martínez, Jose Luis Escribano e Jose Luis Lara, e que teve a colaboração de outras pessoas alheias ao grupo como Javier Bergia, Javier Paxariño, Quique Almendros, Jaime Muñoz, Rafa Martín, Javier Palancar, Pedro e Pablo Pascual, Marta de la Aldea, Clara Serrano e Paco Benítez." 
 In

https://www.youtube.com/watch?v=FPJ61GqOfCA



Links relacionados:

"Ai flores, ai flores do verde pino"

Cancioneiro da Biblioteca Nacional 568, Cancioneiro da Vaticana 171
https://pt.wikisource.org/wiki/Ai_flores,_ai_flores_do_verde_pino



'Dom Dinis "O que vos nunca cuidei a dizer" (Cantiga de Amor)'
https://www.youtube.com/watch?v=CkzqAH8y0uY

Postado pela canal do vídeo sh4m69:
Uploaded on Aug 11, 2010
Cantiga de Amor de Don Denís, Cantiga de mestría
(Pergamino Sharrer)

"Os diré, con tristeza, lo que nunca pensé
que os diría, señora,
porque veo que por vos muero,
porque sabéis que nunca os hablé
de cómo me mataba vuestro amor:
porque sabéis bien que de otra señora
yo no sentía ni siento temor.

Todo esto me hizo sentir
el temor que de vos tengo,
y desde ahí por vos dar a entender
que por otra moriría, de ella tengo,
sabéis bien, algo de temor;
y desde hoy, hermosa señora mía,
si me matáis, bien me lo habré buscado.

Y creed que tendré gusto
de que me matéis, pues yo sé con certeza
que en el poco tiempo que he de vivir,
ningún placer obtendré;
y porque estoy seguro de esto,
si me quisierais dar muerte, señora,
por gran misericordia os lo tendré.




Never did I dare to tell you one thing,
that now I must, my lady,
for I want to die for you.
I never told you
how my love for you was killing me;
for you know well that of any other woman
neither was I afraid nor I am.

And that is why
I fear you,
since I made it known that
I love another, of whom,
as you know, I fear nothing;
and now, my lady,
were you to kill me, I accept it as my lot.

And, I beg you, do think
I die with relish, as I know that
I will have no pleasure whilst
I yet live,
and I know that,
If I die of my love for you, my lady,
I could not be other than glad."
Mais informações no texto dado pelo canal supracitado que fez o uploado do vídeo.




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