terça-feira, 25 de abril de 2017

Agrotóxicos sistêmicos e de contato: o perigo de ambos para nossa sáude e a falácia do suposto nível 'seguro' de sua ingestão defendido pelas indústrias.

Descrição: 
Postagem com links e citações (todos de artigos em língua portuguesa) sobre o problema da factual nocividade dos agrotóxicos, mesmo quando sob supostos níveis 'toleráveis' e 'seguros', defendidos por certas empresas e órgãos comprometidos com interesses espúrios.
Outro aspecto neles tratado, é o da contaminação dos alimentos tanto pelos agrotóxicos que são absorvidos no corpo da planta por sua seiva (os sistêmicos) como pelos ditos 'de contato', que, também penetram na planta, pela sua porosidade natural.

São igualmente incluídos links e citações de artigos sobre o brutal impacto destes pesticidas nas populações de abelhas e no meio ambiente.

Ainda traz links sobre a também factual toxidade das frituras, devido à alteração dos triglicerídeos presentes em óleos e banhas, mesmo os tidos como saudáveis, pela ação das altas temperaturas presentes neste modo de preparo dos alimentos, causando a desidratação molecular e a consequente geração da substância acroleína, de alto potencial cancerígeno e, mais ainda, pela destruição das fibras elásticas do corpo que ela causa, prejudicando gravemente a flexibilidade das paredes arteriais.

Nota: Esta postagem nasceu de um comentário que fiz no canal do Youtube do programa Domingo Espetacular da TV Record a respeito de uma reportagem sua sobre supostos mitos e verdades, que fora ao ar por aquela emissora em 23 de abril do corrente ano (2017), programa este de que muito gosto e mais ainda da emissora como um todo por sinal, tendo tal comentário sido feito apenas como uma crítica construtiva, com o único intento de informar posturas científicas alternativas sobre as questões nele levantadas, e não de desmerecer o show de variedades em si e muito menos a emissora, que, reitero, muito aprecio.


Aqui repito a maior parte dele, com as citações e links compilados por mim para corroborar minha posição:

Embora alguns estudos científicos possam apontar para as direções defendidas pelos que garantem os níveis de agrotóxicos nos alimentos serem seguros, outros não o fazem, levando a sérias considerações e dúvidas sobre alguns dos tópicos tratados na reportagem. Por esta razão,penso que as posturas divergentes destes cientistas e estudiosos deveriam ter sido também mostradas ao grande público, para que os telespectadores pudessem, assim, tirar suas próprias conclusões da posições antagônicas de tais correntes. Assim sendo, gostaria de observar que:

Não foi mencionado na reportagem do programa, o problema do efeito CUMULATIVO dos agrotóxicos no organismo humano, e, A LONGO PRAZO, seu efeito CANCERÍGENO e também nocivo sobre o SISTEMA NERVOSO, assim como outros que levam a alterações nos fetos (das grávidas, obviamente) já comprovados por alguns estudos científicos.

Tampouco foi citado o fato destes pesticidas possuírem produtos ativos com propriedades genotóxicas, ou seja, que podem CAUSAR ALTERAÇÕES NAS UNIDADES GENÉTICAS que controlam especificamente a hereditariedade. 

Além disso, não há consenso absoluto entre cientistas sobre os níveis destas substâncias nos alimentos serem de fato seguros. 

Outro aspecto não tocado na reportagem foi a questão do prazo de carência dos praguicidas, que não é respeitado por muitos agricultores, levando os consumidores a ingerir alimentos que ainda estão sob o efeito do produto tóxico (o chamado 'tempo de meia vida' destas substâncias nos alimentos). 

Quanto às frituras, até mesmo aqueles óleos e gorduras considerados mais saudáveis, se tornam nocivos ao organismo, quando submetidos a altas temperaturas, como é o caso deste processo de preparo dos alimentos. Eis apenas alguns links sobre ambos os assuntos:


Um PDF gratuito onde são abordados até os fatores genotóxicos destas substâncias, dentre vários outros aspectos nocivos à saúde e que não são evitados por supostos níveis 'seguros' de consumo, como querem nos fazer acreditar certas empresas e os órgãos que, por interesses espúrios, com as primeiras compactuam:

"Epidemiologia,Agrotóxicos e Câncer - Impactos à saúde devido a exposição aos agrotóxicos" por Neice Muller Xavier Faria INCA - ANVISA/ 2012 

Este site também traz considerações importantes mas os links para os textos das referências, estão dando mensagem de erro (exceto o primeiro, mas que também apenas leva à página inicial da universidade onde terá sido feito ou apresentado o estudo para avaliação, etc): 

"
Comentários em relação aos parágrafos dos sites relativos ao tema "Agrotóxicos", considerados interessantes e importantes." 

"Agrotóxicos deixam rastro de câncer e morte pelo interior de São Paulo" - "População de cidades médias e pequenas localizadas em meio a grandes extensões de terra com monocultura da cana e banana apresentam taxas de incidência de malformações congênitas e diversos tipos de câncer acima da média estadual." 
https://ambientedomeio.com/2016/08/14/agrotoxicos-deixam-rastro-de-cancer-e-morte-pelo-interior-de-sao-paulo/

Nota: Eu não havia incluído este aqui, extremamente importante, contudo, sobre o fato dos agrotóxicos sistêmicos serem absorvidos pela planta, circulando eu sua seiva por todos os tecidos vegetais e mesmo os apenas de contao são, em boa parte, como diz o texto, absorvidos pela planta por meio de sua porosidade:
Do Portal da Anvisa:
"Objetivo: esta Nota Técnica visa contemplar questionamentos da população, em relação aos resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) divulgados, esclarecendo a população quanto a:
" I - Lavar retira os agrotóxicos dos alimentos?"
NÃO COMPLETAMENTE:
"O processo de lavagem dos alimentos contribui para a retirada de parte dos agrotóxicos.
Os agrotóxicos podem ser divididos quanto ao modo de ação entre sistêmicos e de contato. Os sistêmicos são aqueles que, quando aplicados nas plantas, circulam através da seiva por todos os tecidos vegetais, de forma a se distribuir uniformemente e ampliar o seu tempo de ação. Os de contato são aqueles que agem externamente no vegetal, tendo necessariamente que entrar em contato com o alvo biológico. E mesmo estes são também, em boa parte, absorvidos pela planta, penetrando em seu interior através de suas porosidades."
"Uma lavagem dos alimentos em água corrente só poderia remover parte dos resíduos de agrotóxicos presentes na superfície dos mesmos. Os agrotóxicos sistêmicos e uma parte dos de contato, por terem sido absorvidos por tecidos internos da planta, caso ainda não tenham sido degradados pelo próprio metabolismo do vegetal, permanecerão nos alimentos mesmo que esses sejam lavados. Neste caso, uma vez contaminados com resíduos de agrotóxicos, estes alimentos levarão o consumidor a ingerir resíduos de agrotóxicos. ..." In

E também mais este trecho (oferecido em PDF gratuito) do livro "Agrotóxicos no Brasil: Um guia para ação em defesa da vída" com coordenação editorial e revisão de Flávia Londres, sobre a falácia do suposto 'uso seguro' dos agrotóxicos, defendido pelas indústrias:

" ... Por outro lado, o chamado “uso seguro”, artifício usado pela indústrias para mascarar os perigos de seus produtos, mostra-se absolutamente impossível – seja pela dificuldade de se seguir no campo todas as recomendações de segurança, seja pela , própria incapacidade destes métodos de fornecer real segurança.
Além disso, é importante destacar que os perigos da intoxicação crônica, aquela que mata devagar, com o desenvolvimento de doenças neurológicas, hepáticas, respiratórias, renais, cânceres etc., ou que provoca o nascimento de crianças com malformações genéticas, não advêm apenas do contato direto com venenos. O uso massivo de agrotóxicos promovido pela expansão do agronegócio está contaminando os alimentos, as águas e o ar! Estudos recentes encontraram resíduos de agrotóxicos em amostras de água da chuva em escolas públicas no Mato Grosso! O sangue e a urina dos moradores de regiões que sofrem com a pulverização aérea de agrotóxicos estão envenenados. ..."
In "Agrotóxicos no Brasil: Um guia para ação em defesa da vída" de Flávia Londres, ANA - Articulação Nacional de Agroecologia RBJA - Rede Brasileira de Justiça Ambiental

E, não menos importante, obviamente, a questão do impacto brutal dos agrotóxicos sobre as abelhas, isto sem citar a tenebrosa contaminação das águas, do ar e da terra!

"Uso incorreto de agrotóxicos é a principal causa da morte de abelhas" - "Conclusão vem de mapeamento sobre mortandade de abelhas em SP. Estudo é realizado por pesquisadores da Unesp de Rio Claro e da UFSCar"

"Unesp e UFSCar estudam efeitos do agrotóxico no organismo das abelhas - Veneno está causando a morte de espécies e prejudicando apicultores. - Situação representa um risco para culturas que precisam de polinização" Unesp e UFSCar estudam efeitos do agrotóxico no organismo das abelhas. Veneno está causando a morte de espécies e prejudicando apicultores." 

"2 agrotóxicos mataram 4 milhões de abelhas em Gavião Peixoto, diz laudo." (
uma reportagem de agosto de 2014)
Trecho inicial da reportagem escrita:
"O uso de dois agrotóxicos em lavouras de feijão, café e soja pode ter sido responsável pela morte de mais de quatro milhões de abelhas em Gavião Peixoto, segundo resultados de exames feitos nas abelhas mortas por um laboratório. ..." 

"USO INCORRETO DE AGROTÓXICOS É A PRINCIPAL CAUSA DA MORTE DE ABELHAS" : "Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) divulgaram o primeiro resultado do mapeamento sobre mortandade de abelhas no Estado de São Paulo." In

"Células do “coração” de abelhas podem mascarar efeitos de agrotóxicos"
Trecho da reportagem:
“ ... Às vezes, não é porque não se observam alterações na taxa de mortalidade e no comportamento, além de em órgãos internos específicos que podem ser impactados por um determinado agrotóxico, que o produto não está causando efeitos em abelhas”, disse Fábio Camargo Abdalla, professor do Departamento de Biologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), à Agência FAPESP. ..." 
Mais no link logo abaixo:

Frituras:
Trechos importantes deste excelente artigo abordando seu perigo para a saúde (há outros igualmente educativos, claro):

"...Com o calor resultante do aquecimento os importantes componentes de gorduras e óleos, os triglicerídios, são desmembrados em ácidos graxos e glicerol. Pela ação contínua do calor o glicerol acaba provocando a desidratação molecular. É aí que está o perigo que foi mencionado no início desse artigo. Com a desidratação, que é o processo de perda de água, é formada uma substância denominada acroleína, que de acordo com pesquisas realizadas apresenta um potencial altamente cancerígeno. A ação  da acroleína é caracterizada pela destruição de fibras elásticas do corpo humano, além de provocar a irritação das mucosas nasais e gástricas

"No entanto, o maior malefício que essa substância causa no organismo é sobre as paredes arteriais, já que as fibras elásticas responsáveis pela rigidez e elasticidade da parede são literalmente destruídas pela acroleína."

 As demais consequências da ação nefasta da acroleína em nosso organismo podem ser lidas no artigo do link a seguir: 

Mais um texto idôneo sobre o asunto, de cunho mais geral e com dicas práticas que, embora do conhecimento dos mais informados, não são estão ainda devidamente divulgadas para a maioria, que frequentemente reutiliza o óleo das frituras:

" O processo de fritura faz alterações químicas no óleo, que o transforma em gordura saturada, causadora de diversas doenças. Se você vai fritar a comida é indicado usar óleos de soja, canola, milho e girassol. O azeite de oliva, apesar de mais indicado para temperar salada e outros alimentos, não é bom para ser aquecido, porque oxida rapidamente." E um lembrete muito importante do site, que não é respeitado por muitos estabelecimentos que oferecem tais alimentos assim preparados: "Depois do preparo do alimento, jamais guarde o óleo na própria frigideira dentro do forno para reutilizar depois. Segundo a especialista, o ideal é usar o produto, esperar esfriar, filtrar e colocar em um recipiente, como uma garrafa PET, para encaminhá-lo a um ponto de recligagem. ..."
http://dc.clicrbs.com.br/sc/estilo-de-vida/noticia/2013/05/os-maleficios-das-frituras-por-que-elas-sao-tao-prejudiciais-ao-organismo-4141422.html

 Atualização (26/042017)
Após fazer minhas pesquisas e postar os links refutando as afirmações feitas na reportagem supracitada, notei os comentários das duas especialistas entrevistadas que creio serem pertinentes ao assunto e também os links dos blogs educativos de Nadia Cozzi logo abaixo, só não os tendo postado antes aqui por falta de tempo, corrijo esta falha agora:

Nadia Cozzi escreveu:
"Reportagem tendenciosa, tenho 22 anos de pesquisas e cursos sobre alimentos orgânicos e dei muitas dicas sobre alimentos sem agrotóxicos que não foram aproveitadas, não planto orgânicos, tenho apenas uma mini horta de temperos, o alimento orgânico é caro nos supermercados, mas temos as feiras orgânicas e aqui em São Paulo ou Rio de Janeiro tem muitas opções. Quem realmente quiser saber sobre comida de verdade por favor entre nos meus Blogs Alimento Puro (alimentopuro.blogspot.com.br) e BioCulinária (bioculinaria.blogspot.com.br)." In
Klara Rahmann escreveu:
"Nem metade do que falei e nem da forma como falei foi mostrado."
'Atualização (06/05/2017)
Trecho do artigo científico mostrando as várias formas em que a acroleína é gerada e mesmo penetra em nosso organismo pelo meio ambiente, por queima de madeira, de combustíveis de veículos ou outras diversas:

Toxic Substances Portal - Acrolein

"... Acrolein can enter the environment as a result of burning wood, tobacco, vehicle fuels; overheating of cooking oils; and accidental release from chemical plants or release from a hazardous waste site. Acrolein that enters the air as a vapor changes into other chemicals within days. When acrolein is introduced into water, it dissolves easily. Some of the acrolein in water changes into a vapor and enters the air. The acrolein left in the water is changed into other chemicals, which are rapidly broken down, or it may be removed by binding to substances in water. ..."
"Acrolein that enters the soil can change into vapor and enter the air, be washed out with water, or may bind to soils in such a way as to make it non-toxic. Please refer to Chapter 6 for more information. ..."
Pelo aquecimento de gorduras (e óleos): 
" ...Acrolein is formed when fats are overheated. Small amounts of acrolein may also be found in foods such as fried foods, cooking oils, and roasted coffee. Although we know acrolein is in certain foods, the amount that is in the foods that you eat is not known. ..."
In "Public Health Statement for Acrolein" (acroleínaAugust 2007 CAS#: 107-02-8
Division of Toxicology and Environmental Medicine 
Versão em PDF (download gratuito): https://www.atsdr.cdc.gov/phs/tp124-c1-b.pdf
Outros do mesmo site científico:
"Acrolein modifies apolipoprotein A-I in the human artery wall."  By  Shao B1, O'brien KD, McDonald TO, Fu X, Oram JF, Uchida K, Heinecke JW. 

Link para se alugar, comprar ou usar na nuvem o estudo:

Trecho do artigo:
" ...We therefore investigated the possibility that acrolein might react with apolipoprotein A-I (apoA-I), the major protein of high-density lipoprotein (HDL), which plays a critical role in mobilizing cholesterol from artery wall macrophages. Tandem mass spectrometric analysis demonstrated that lysine residues were the only amino acids in apoA-I that were modified by acrolein. Immunohistochemical studies with a monoclonal antibody revealed that acrolein adducts colocalized with apoA-I in human atherosclerotic lesions. Moreover, the ability of apoA-I to remove cholesterol from cultured cells was impaired after exposure to acrolein, suggesting that the carbonyl might interfere with apoA-I's normal function of promoting cholesterol efflux from artery wall cells. Our observations suggest that acrolein may interfere with normal HDL cholesterol transport by modifying apoA-I. This structural damage might play a critical role in atherogenesis by impairing cholesterol removal from artery wall cells. ..." In https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16037261
"Medical Management Guidelines for Acrolein (C3H4O)"

Versão em PDF (gratuito):
"Medical Management Guidelines for Acrolein (C3H4O)"

Mais um artigo:

"12 Dangers of Fried Food Written" by Health Wire posted May 13, 2014

Os céticos discordarão, apenas postarei um link dos apoiadores de frituras para os que quiserem conhecer seus argumentos mas devo alertar que não os endosso em absoluto, apenas colocando um aqui para que os que não tem informação sobre o assunto possam tirar suas próprias conclusões comparando os argumentos de ambos as vertentes:

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